Reunião com os Anjos?
Conta-se que, no século XVIII, ingressou na Ordem dos dominicanos um jovem muito fervoroso, que nos fulgores das graças primaveris era constantemente assistido por seu superior. Qualquer função que devesse desempenhar, ou qualquer dificuldade que encontrasse, estava ali seu encarregado para auxiliá-lo ou ensinar-lhe os pontos da regra.
Passados alguns dias, as graças iniciais que costumavam inundá-lo começaram a rarear, as provações e tentações comuns da vida religiosa passaram a visitá-lo com mais frequência. Atordoado e inexperiente em meio ao desconhecido mundo espiritual, pensava haver perdido a vocação, ter sido abandonado pela Providência, ou mesmo ter cometido algum pecado grave… No entanto, pedir auxílio ao encarregado ser-lhe-ia impossível até o término do retiro.
O que fazer? Como resolver tamanho impasse?
Os dias foram correndo, e chegou um momento em que o noviço já não aguentava mais: decidiu pedir um conselho ao superior. Acabado o último ato em conjunto do dia, o cântico da Salve Rainha, dirigiu-se rapidamente à cela do religioso e bateu à porta, um tanto aflito. O superior porém, sem sequer abrir a porta respondeu:
Um encarregado ocupado, durante um recolhimento? O que estaria acontecendo? Teria o jovem se enganado, atribuindo ao seu protetor virtudes que na verdade não possuía? Sua necessidade de um apoio espiritual, porém, era muito grande; optou por insistir mais uma vez:não desistiria facilmente, viu-se obrigado a atendê-lo. Abriu um pouquinho a porta e, por uma fresta, perguntou-lhe o que desejava.
– Perdão, mas… preciso da ajuda do senhor! Estou passando por uma dificuldade assim…
– Não se preocupe – interrompeu-o o superior – Quero que veja uma coisa.
Abriu, então, por inteiro a porta da sua cela e o noviço não pôde acreditar no que estava vendo: inúmeros Anjos ao redor da mesa onde trabalhava o superior. Este, notando a perplexidade do jovem, explicou-lhe:
Diante de tão grande santidade de seu superior e de um tão sublime milagre, dissipou-se na alma do noviço toda e qualquer sombra da provação que lhe afligia, e ele pode, assim, seguir sua vocação religiosa, rezando aos santos Anjos da guarda sempre que as dificuldades e dúvidas se lhe apresentavam.
Vemos nesse belo fato a importância da devoção aos nossos celestes Protetores que não hesitam em nos auxiliar sempre, especialmente quando invocamos sua ajuda.
http://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/anjos/reuniao-com-os-anjos-196463
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