LUZES NA NOITE DA VIDA
São Josemaria acabava de celebrar a Santa Missa no Centro de Estudos Universitários do Sumaré. Como de outras vezes, ficou ajoelhado num genuflexório, do lado esquerdo do presbitério, para fazer a ação de graças. Após alguns segundos de silêncio, sua oração pessoal começou a fluir em voz alta:
– «Temos de confessar o nosso nada. Senhor, eu não posso, não valho, não sei, não tenho, não sou nada. Mas Tu és tudo, e eu sou teu filho e teu irmão».
Sentia-se um pobre carente de tudo, mas um pobre agasalhado por aquele Amor generoso – Deus – que derrama em nós, por pura misericórdia, as riquezas espirituais da Comunhão dos Santos, o tesouro dos méritos e orações de Cristo e dos santos, que Ele põe à nossa disposição. E, por isso, continuava a dizer:
– «Mas posso tomar, Jesus, os teus méritos infinitos, os merecimentos de tua Mãe e os do Patriarca São José, meu Pai e Senhor; e as virtudes dos santos, e o ouro os meus filhos…»
“O ouro”… Queria apoiar-se nas virtudes dos seus filhos no Opus Dei, com as quais sentia-se rico e forte. E as dele? E ele? Nada reconhecia de bom em si? Algo via, sim, mas perecia-lhe tão pouco…:
– …«e as pequenas luzes que brilham na noite da minha vida, pela misericórdia infinita de Deus e a minha pouca correspondência».
Bem convencido disso, acrescentava, falando em linha direta com Jesus:
– «Aumenta-nos a fé, a esperança e o amor. Porque temos de viver de amor, e só Tu nos podes dar essas virtudes».
E concluía com um ato de humilde e candente confiança:
– «Senhor, ainda que a minha pobre vida seja tão miserável como a do filho pródigo…, eu volto, voltarei sempre, Senhor, porque te amo! Não me abandones!».
cf. livro de F. Faus São Joemaria Escrivá no Brasil
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