Cinco dimensões ou estágios da vida eterna

Por Frei Franbezant, OFMConv
 
1. Confiança e fé em Jesus, o "Filho do homem", aquele que foi ungido para nos salvar (...) Essa confiança é uma realidade, e é ela mesma uma verdadeira manifestação da vida "das alturas", não das capacidades humanas normais. É, como diz Hb 11,1, "a convicção de factos que não se veem". Qualquer um que verdadeiramente possui essa confiança tem absoluta certeza de estar "lá dentro".

2. Mas essa confiança na pessoa de Jesus leva naturalmente ao desejo de ser seu aprendiz na vida do reino de Deus. (...) A condição de aprendiz de Jesus significa viver no seu mundo, ou seja, colocar em prática os seus ensinamentos (Jo 8,31). E isso gradualmente integra toda a nossa existência no glorioso mundo da vida eterna. Tornamo-nos "verdadeiramente [...] livres" (Jo 8,36).

3. A abundância de vida que se alcança quando se é discípulo de Jesus, "permanecendo na sua palavra", naturalmente conduz à obediência. O ensinamento que recebemos e a experiência de vivê-lo leva-nos a amar Jesus e ao seu Pai com a plenitude do nosso ser: o coração, a alma, o entendimento e a força (corporal). E assim aprendemos a amar essa obediência a ele, mesmo quando não compreendemos ou até mesmo quando não "gostamos" do que ele exige. "Se me amais", disse Jesus, "guardareis os meus mandamentos" (Jo 14,15) (...)

4. obediência, com a vida de disciplina que exige, conduz à completa transformação interior do coração e da alma. E, num processo circular, essa mesma transformação sustenta a obediência. A condição permanente do discípulo passa então a ser a de "amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (Gl 5,22-23; comparar com 2Pe 1,2-11). E é amor autêntico até ao nosso âmago mais profundo. Essas virtudes são chamadas de "frutos do Espírito", pois não são consequências diretas do nosso esforço, mas são-nos incutidas à medida que passamos a admirar e imitar Jesus, fazendo todo o necessário para aprender a obedecer-lhe.

5. Por fim, vem o poder para fazer as obras do reino. Uma das declarações mais chocantes de Jesus (...) foi esta: "Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará" (Jo 14,12). É normal que nos sintamos assombrados e incapazes diante desta afirmação. Mas tenhamos em mente que o mundo em que vivemos precisa desesperadamente que essas obras sejam feitas (...) [Mas] grande poder exige grande carácter para que seja uma bênção, não uma maldição, e esse carácter é algo que precisamos adquirir gradualmente.

(...) É intenção de Deus que no seu reino tenhamos todo o poder que pudermos colocar a serviço do bem. Na verdade, o seu objectivo final no desenvolvimento do carácter humano é dar-nos o poder de fazer o que queremos. E, quando estivermos plenamente desenvolvidos à imagem de Jesus, quando tivermos plenamente em nós o "sentimento" de Cristo, é justamente isso que irá acontecer - para grande alegria e alívio do próprio Deus, sem dúvida.

Deus passa a agir connosco sempre que nos nossos atos confiamos Nele. Isso explica porque Jesus disse que o menor no reino dos céus é maior do que João Batista - não, logicamente, maior em si mesmo, mas porque um poder maior age com ele. O maior não é inerente, dependente da nossa essência . A nossa fé não é uma questão de ouvir aquilo que Cristo disse há tanto tempo e "tentar realizá-lo". Antes "o verdadeiro Filho de Deus está do seu lado. Ele está começando a transformar você no mesmo tipo de coisa que Ele é. Está começando, por assim dizer, a "injetar" a Sua vida e o Seu pensamento, em você; começando a transformar o soldado de chumbo num homem vivo. A parte que você não gosta disso é aquela que ainda é chumbo. T

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