A PONTE DE CATARINA

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Creio que nos nossos dias é mais válida do que nunca a imagem simbólica de Santa Catarina de Sena, a donzela frágil e forte, toda chama de amor e coragem, que iluminou a Igreja no século XIV.
No seu célebre livro O Diálogo, compara o mundo “dos mundanos”, dos que vivem afastados de Cristo (o “mundo” que hoje encontramos por todos os cantos e ambientes), a um rio poluído, mas que atrai fortemente os desorientados. Aqueles que, seguindo a corrente, mergulharam nesse rio vão chamando os outros que ainda estão na margem com voz e cânticos engrolados pelo álcool e as drogas. Muitos dos que escutam o apelo, acabam por atirar-se às águas, como que atraídos por um ímã maligno, e se deixam arrastar pela correnteza, como se isso fosse a alegria de viver. Todos acabam afogados na imundície e perdidos no lodo talvez para sempre.
Há uma única ponte que permite atravessar por cima do rio e salvar-se: Cristo, o “pontífice”, é o fazedor da única ponte que leva da terra para o céu: – Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6).
Não aduzi essa imagem gratuitamente. Todos, mas especialmente a nossa juventude, estão mergulhando nesse rio com uma facilidade excessiva (egoísmo hedonista, desordem dos caprichos banais e do consumismo, droga, sexo doentio, alcoolismo, agressividade, até mesmo satanismo e retorno arrepiante a rituais pagãos …).
Disso falava, com outras palavras, o cardeal Ratzinger, em 18 de abril de 2005, na homilia da Missa inaugural do Conclave que iria elegê-lo como o Papa Bento XVI:
«Em que consiste ser crianças (pessoas imaturas) na fé? Responde São Paulo: significa ser batidos pelas ondas e levados ao sabor de qualquer vento de doutrina… (Ef 4, 14). Uma descrição muito atual. Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamento… A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi não raro agitada por estas ondas – lançada dum extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até ao ponto de chegar à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante».
O cardeal terminava esse trecho dizendo: «Não é “adulta” uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é antes uma fé profundamente enraizada na amizade com Cristo. É essa amizade que se abre a tudo aquilo que é bom e que nos dá o critério para discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso, entre engano e verdade. Devemos amadurecer essa fé adulta».

Adaptação de um trecho do livro A força do exemplo

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