Os odres que insistem em ser velhos


"Será que a teimosia da sua mente caprichosa não é a verdadeira razão de você ser um estacionário na vida espiritual?"

Ope. José Eduardo Oliveira, da diocese de Osasco, especialmente conhecido no Brasil como intenso defensor da vida humana desde a concepção até a morte natural, é bastante ativo nas redes sociais e costuma compartilhar reflexões sadiamente provocativas para incentivar as pessoas a reavaliarem posturas e se comprometerem a sério com a verdade, a bondade e a beleza do Evangelho. Nesta semana ele propôs a seguinte consideração sobre a dureza de mente e coração de quem até começa a ouvir a palavra, mas resiste teimosamente a se converter de fato:
OS ODRES QUE INSISTEM EM SER VELHOS
Por que a linguagem do Evangelho demanda meditação? Por que Jesus falava frequentemente em parábolas? Ele mesmo o explica: “Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam” (Mateus 13,13).
Não parece estranho este modo de proceder de Cristo? Pregar para não ser entendido… Por que?
Em outro passo, Jesus diz que “ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres” (Lucas 5,37). Em outras palavras, é necessário espargir a Palavra de tal modo que ela produza de acordo com a terra em que cai, é preciso despejá-la de tal modo que a sua novidade caia no coração de quem é rejuvenescido pela graça e não destrua aqueles que não estão preparados para ela.
De fato, depois de dizer que o vinho novo do Evangelho não pode ser colocado em odres velhos, o próprio Jesus reconhece que “ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: o vinho velho é melhor” (Lucas 5,39). Eu imagino a tristeza de Cristo ao pronunciar este diagnóstico! Há pessoas que simplesmente não querem a Boa Nova porque estão formatados segundo a “boa velha”, cruzam-se com Jesus e o interpretam de acordo com os seus próprios conceitos psicologicamente pré-estabelecidos.
Certa vez, Ele retornou a Nazaré, sua pátria, e começou a ensinar… “Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? Não é ele o carpinteiro?” (Marcos 6,2-3).
O homem é assim, não acredita que a graça pode brotar no fundo de sua casa, não crê num Deus que fala ao coração, dentro do quarto, na intimidade, à portas fechadas. A carne gosta de carnaval e sempre transfere a terceiros a missão de “ser de Deus”. As pessoas buscam por dias extraordinários, por missionários ungidos, querem uma graça estrangeira, não suportam um Deus conterrâneo, mas que não cabe dentro dos seus estreitos miolos.
É por isso que há pessoas que nunca vão aprender. Você pode pregar, pode insistir, pode clamar… São odres velhos e gostam de vinho velho, não entendem, não enxergam e nunca irão progredir. O Padre Vieira dizia que o problema é que não se prega a Palavra, e é verdade; mas Jesus a pregou, e melhor que ninguém!, e, mesmo assim, não converteu a todos. A turma da velhacaria, ficou nessa, mesmo! De modo que, dada a semente, o problema é a terra!
Olhe para você mesmo e seja honesto. Será que a teimosia da sua mente caprichosa não é a verdadeira razão de você ser um estacionário na vida espiritual? Será que você não está se contentando com a liberdade de correr em direção à sua própria escravidão? Não chegou a hora de deixar de ser cúmplice de sua própria auto-sabotagem no espírito?
Quanto aos pregadores, não se entristeçam por pregar para incorrigíveis, pois é difícil deixar de ser pagão. Preguem oportuna e importunamente. Odres novos acolhem sempre o vinho novo, odres velhos gostam mesmo é dos mesmos vinhos de sempre… Vocês encontrarão os odres novos. Continuem pregando. Uma hora dessas, eles aparecem.

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