A Santa Missa - uma breve explicação sobre o Santo Sacríficio




A Igreja e os santos sempre ensinaram que as coisas ocorridas no Antigo Testamento são prefigurações
daquelas que aconteceriam no Novo Testamento. Isso quer dizer que Deus, para poupar a fraqueza do
homem e para ensinar-lhe as verdades da Revelação de modo gradativo e adequado à nossa inteligência,
quis ou permitiu que ocorressem os fatos do Antigo Testamento para que estes servissem como analogias
em relação aos fatos que se realizariam no futuro, no Novo Testamento.
Além de utilizar os fatos ocorridos no Antigo Testamento com a finalidade de preparar os homens para o que
seria revelado no Novo Testamento, Deus se utilizou também das profecias.
E é assim que vemos, no Antigo Testamento, a Santa Missa prefigurada por muitos fatos e também predita
pelos profetas.
Dentre os fatos do Antigo Testamento que são prefigurações do Santo Sacrifício da Missa estão:
• o oferecimento de pão e vinho a Deus por Melquisedec, sacerdote e rei de Salém (Gen. 14, 18-20);
• o maná, sustento milagroso que o Senhor fazia cair todas as manhãs em torno do campo dos hebreus
no deserto, depois de terem saído do Egito guiados por Moisés (Ex. 16, 4-36). O maná era um alimento
descido do céu. Nosso Senhor na Santa Eucaristia é o Pão vivo descido do céu. – O maná substituía
todos os alimentos, tendo nele todos os sabores. A Santa Eucaristia é o pão por excelência: basta para
todas as necessidades da alma. – O maná durou até que os hebreus entrassem na terra prometida. A
Santa Eucaristia nos será dada até que entremos no céu, onde veremos face à face o Deus que
recebemos, no Sacramento, sob o véu de pão.


Várias coisas a respeito da vinda e da obra de Jesus Cristo foram também preditas pelos profetas, e uma
delas é o Sacrifício da Missa, que seria instituído por Nosso Senhor e que se haveria de oferecer por toda a
terra.
O profeta Malaquias nos mostra Deus irritado com as negligências e as provas de má vontade dos
sacerdotes judeus da Antiga Lei quando ofereciam os sacrifícios:
“O filho honra seu pai, e o servo reverencia o seu senhor. Se eu, pois, sou vosso pai, onde está a minha
honra? E se eu sou o vosso Senhor, onde está o temor que se me deve? diz o Senhor dos exércitos.
Convosco falo, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome, e que dizeis: em que desprezamos nós o teu
nome? Vós ofereceis sobre o meu altar um pão imundo, e dizeis: Em que te profanamos nós? Nisso que
dizeis: A mesa do Senhor está desprezada. Se vós ofereceis uma hóstia cega para ser imolada, não é isto
mau? E se ofereceis uma que é coxa e doente, não é isto mau? Oferecei estes animais ao vosso
governador, e vereis se eles lhe agradarão, ou se ele vos receberá com agrado, diz o Senhor dos Exércitos”
(Mal. 1, 6-8).
Diante disto, Deus, pela boca do profeta, se mostra resolvido a rejeitar e abolir os sacrifícios antigos: “O meu
afeto não está em vós, diz o Senhor dos exércitos; nem eu receberei algum donativo de vossa mão” (Mal 1,
10).
E passa a anunciar um Sacrifício Novo, oferecido em toda a terra: “Porque desde o nascente do sol até o
poente é o meu nome grande entre as gentes, e em todo lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome
uma oblação pura” (Mal. 1, 11).
A expressão “do nascente do sol até o poente” é usada nas Escrituras para significar o mundo inteiro. A
palavra “gentes” é sempre empregada na Escritura para significar os gentios, os povos que não são o povo
israelita.
Esta oblaçãoa que o profeta se refere não é tomada no sentido metafórico de oração ou sacrifício espiritual
ou esmola: ela vem substituir os sacrifícios dos sacerdotes da Antiga Lei.
E não se refere diretamente ao Sacrifício cruento da Cruz, pois este foi oferecido em um só lugar, uma vez
só, no monte Calvário, ao passo que aqui se trata de um sacrifício oferecido em todo lugar, de modo a tornar
o nome do Senhor engrandecido entre as gentes: a Santa Missa, renovação incruenta daquele mesmo
Sacrificio do Calvário.
O fato de Deus ter usado de figuras e profecias no Antigo Testamento com a finalidade de preparar o povo
escolhido para aceitar o Sacrifício da Missa mostra-nos a grande importância deste mesmo Sacrifício e a
grande estima que Deus tem por ele. A finalidade deste pequeno trabalho é tornar mais conhecido este
Sacrifício tão estimado por Deus e que tem tão grande valor, expondo seu significado e as verdades que ele
exprime, e que estão contidas em cada palavra e ação do sacerdote.
Primeira parte: o Sacramento da Eucaristia
§ 1° Do que é a Santíssima Eucaristia e da presença real de Jesus Cristo neste Sacramento
1. Que é o Sacramento da Eucaristia?
A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo
de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu preciso Sangue, contém verdadeira, real e
substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo
das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual.
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2. Na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na terra, da
Santíssima Virgem?
Sim, na Eucaristia está verdadeiramente o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na
terra, da Santíssima Virgem.
3. Por que acreditais que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus
Cristo?
Eu acredito que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo porque Ele
mesmo o disse, e Ele, sendo Deus, não pode mentir. E assim no-lo ensina a Santa Igreja.
4. Que é a hóstia antes da consagração?
A hóstia antes da consagração é pão de trigo.
5. Depois da consagração, que é a hóstia?
Depois da consagração, a hóstia é o verdadeiro Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo das
aparências de pão.
6. Que está no cálice antes da consagração?
No cálice, antes da consagração, está vinho de uva com algumas gotas de água.
7. Depois da consagração, que há no cálice?
Depois da consagração, há no cálice o verdadeiro Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo
das aparências de vinho.
8. Quando se faz a mudança do pão no Corpo e do vinho no Sangue de Jesus Cristo?
A conversão do pão no Corpo e do vinho no Sangue de Jesus Cristo de faz precisamente no ato em
que o sacerdote, na Santa Missa, pronuncia as palavras da consagração.
9. Que é a consagração?
A consagração é a renovação, por meio do sacerdote, do milagre operado por Jesus Cristo na Última
Ceia, quando mudou o pão e o vinho no seu Corpo e no seu Sangue adorável, por estas palavras: Isto
é o meu Corpo; este é o meu Sangue.
10. Como é chamada pela Igreja a miraculosa conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue
de Jesus Cristo?
Esta miraculosa conversão, que todos os dias se opera sobre os nossos altares, é chamada
pela Igreja de transubstanciação.
11. Quem deu tanto poder às palavras da consagração?
Foi o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, Deus onipotente, que deu tanto poder às palavras
da consagração.
12. Deve-se adorar a Eucaristia? A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque Ela contém
verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
13. Quando instituiu Jesus Cristo o Sacramento da Eucaristia?
Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia na Última Ceia que celebrou com seus discípulos,
na noite que precedeu sua Paixão.
14. Por que instituiu Jesus Cristo a Santíssima Eucaristia?
Jesus Cristo instituiu a Santíssima Eucaristia por três razões principais: 1a. para ser o
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sacrifício da Nova Lei; 2a. para ser alimento de nossa alma; 3a. para ser um memorial
perpétuo da sua Paixão e Morte, e um penhor precioso do seu amor para conosco e da vida
eterna.
Referências: Extraído do Catecismo Maior de São Pio X ± Quarta parte, Capítulo IV.

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