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Mostrando postagens de abril, 2019

A Teologia da Libertação e sua influência na Igreja

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A Teologia da Libertação e sua influência na Igreja Avançando para a reta final da análise da mentalidade revolucionária, é necessário estudar as raízes da teologia da libertação e sua influência na Igreja. Como a teologia da libertação se encaixa na mentalidade revolucionária? imprimir Dentro do pensamento marxista, mais especificamente do pensamento marxiano[1], a religião e a teologia fazem parte de uma superestrutura, de algo que não faz parte da infraestrutura que move a história, ou seja, a economia[2]. O pensamento revolucionário posterior a Marx, porém, começou a perceber a importância da cultura, da superestrutura[3]. Marx considerava a religião como ópio do povo. Na Rússia, o stalinismo/leninismo tentou abolir a religião, mas Gramsci e a escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, a religião exteriorizada. Todos parecem ter uma visão religiosa do mundo e a cultura seria a exteriorização desta visão de mundo. Feuerbach afirmava que t

3 padres católicos premiados em 2019 – e que passaram em branco para a mídia

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Seus esforços exemplares no serviço ao próximo por amor a Deus foram divulgados muito timidamente por poucos veículos de comunicação Em meio aos esforços de grande parte da mídia para explorar ao máximo e de modo parcial os escândalos de abusos sexuais perpetrados por criminosos estudantes em seminários ou mesmo já ordenados sacerdotes, vêm passando em brancas nuvens (por que será?) os muitos casos exemplares de religiosos e padres fiéis, dedicados e entregues cotidianamente à missão de servir ao próximo por amor a Deus. Vamos recordar apenas três dos mais recentes, todos ocorridos neste ano e divulgados timidamente por poucos veículos de comunicação: Franciscano é eleito o melhor professor do mundo Youtube - Khaleej Times O irmão franciscano  Peter Tabichi , do Quênia, foi eleito o melhor professor do mundo pelo ‘ Global Teacher Prize ‘ de 2019. O prêmio é oferecido pela Fundação Varkey, uma entidade que se dedica à melhoria da educação para crianças carentes. A cerimô

PRUDÊNCIA: A REALIZAÇÃO

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QUARTA E ÚLTIMA ETAPA: A REALIZAÇÃO   Decisões de curto e longo prazo Nem todas as decisões, como é óbvio, têm subjetivamente a mesma dimensão. É diferente a decisão de votar num determinado candidato da decisão de constituir uma família ou de instalar uma grande usina. Todas elas exigem uma ponderação prévia, séria e responsável. Mas, nas eleições, o ato de votar é coisa de minutos. Nos outros casos, a responsabilidade é contínua,  sine die . Vamos chamar “decisões permanentes” essas que miram a vida inteira ou um longo período de tempo. Jesus amava a palavra permanecer. Repetiu-a com insistência na Última Ceia quando se despedia dos apóstolos:  Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós… Aquele que permanece em mim, esse dá muito fruto… Permanecei no meu amor…  (Jo 15, 4.5.9). Permanecer significa manter a decisão tomada, apesar das dificuldades, do cansaço e das demoras. Segundo Pieper, a prudência nesses casos «significa a coragem que se arrisca na decisão irrev

CRISTO PARA MORRER, DISSE: “EU TENHO SEDE”. NÃO DIZ QUE TEM DORES, DIZ QUE TEM SEDE. E QUE SEDE SERÁ ESTA?

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[Pelo Pe. Manoel José Gonçalves Couto] Jesus Cristo estando para morrer sobre a cruz, seus carrascos não cessavam de o atormentar e desprezar cada vez mais com injúrias e escárnios. Diziam outros: “Ele tem livrado os outros e agora não pode se livrar a si?” Diziam outros: “Se Ele é o Rei de Israel, que desça agora da cruz”. Porém, enquanto eles o insultavam, Jesus Cristo por eles estava pedindo a seu Eterno Pai. Vingativo, põe aqui os teus olhos. Olha para o teu Divino Mestre. Ele pediu a seu Eterno Pai perdão para os seus inimigos, e tu? Tu, nem para os teus inimigos, nem para ti o pedes. Dos inimigos desejas vingar-te. Se assim continuas, que esperança de salvação podes ter? Nenhuma, porque  não segues o exemplo de Jesus Cristo. A morte de Jesus Cristo foi, pois, a mais amarga e a mais dolorosa porque morreu sobre uma cruz, sem alívio algum. Desde os pés até a cabeça tudo é dor e aflição. Ele ainda procurou quem o consolasse, mas não achou quem. Os judeus e os romanos pro

AI DE TI, PECADOR, QUE CANTANDO E RINDO ANDAS A FAZER PECADOS E MAIS PECADOS SEM CONSIDERAR NOS TORMENTOS DE JESUS CRISTO

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Considera, cristão, que Pilatos querendo livrar a Jesus Cristo e dizendo que não podia condená-lo por ser inocente, o judeus o aterraram com estas palavras: “Se soltais a Jesus Cristo não sois amigo de César”. Então Pilatos, temendo perder a amizade de César, tendo reconhecido e tantas vezes declarado que Jesus Cristo era um inocente, ultimamente o condena a morrer sobre uma cruz. Ó meu Jesus! Que crimes tendes vós cometido para serdes condenado a morrer sobre uma cruz! Ah, eu bem sei os vossos crimes. Os vossos crimes são o grande amor que tendes às almas. Este amor é o que vos prendeu no horto. Este amor é o que vos faz caminhar para o Calvário. Finalmente, este amor é o que nos faz morrer sobre uma cruz. Ó, que excessos de amor! Caridade sem limites. Jesus Cristo ouvindo ler a injusta sentença de morte, a aceita de boa vontade. Não se queixa de injustiça do juiz, nem apela para César, mas  conforma-se com a vontade do seu Eterno Pai, o qual quer que Ele padeça e morra par

JUDAS E OS PECADORES QUE NÃO QUEREM SE EMENDAR

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“Amigo, a que vieste?” Judas, vindo por capitão dos que vinham prender a Jesus Cristo, chegou-se ao Senhor, e lhe disse: “Deus te salve, Mestre”; e abraçando-o, lhe deu um beijo de falsa paz em seu divino rosto. E o divino Jesus lhe respondeu: “Amigo, a que vieste?” Judas na verdade fez o que quis, entregou a Jesus Cristo. Porém depois qual foi o seu destino? Bem o sabeis. Foi arrepender-se, desesperar, enforcar-se, e finalmente cair no inferno! Pois o mesmo tem de acontecer aos pecadores que se não querem emendar. Eles agora vão fazendo o que querem. Vão seguindo à rédea solta as suas paixões desordenadas. Não olham a Deus, nem aos seus preceitos. Nem lhes importa a eternidade. São como as criaturas irracionais que não tratam do Céu nem do inferno, mas depois qual será o seu destino? Será tal como o de Judas, porque  se portam como Judas… Quando Judas entregou a Jesus Cristo no horto, o Senhor lhe disse: “A que vieste?” Pois o mesmo há de dizer a essas almas pecadoras, quand

A TUA CRUZ HÁS DE LEVÁ-LA QUER QUEIRAS, QUER NÃO

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Depois de lida a sentença, os Judeus tomaram a Jesus Cristo, e o levaram para ser crucificado. Ele saindo levou a sua cruz para o lugar do Calvário. E com que amor a recebeu! Como lhe diria “Ó cruz desejada de minha alma! Tu és o objeto dos meus desejos e dos meus suspiros; vem cá, vem a mim, ó amada minha! Tu és o altar sobre o qual me quero sacrificar, para remir o mundo, dando a vida! Vem cá, recebe-me em teus braços, pois já há trinta e três anos que te procuro com os maiores desejos!…” Jesus Cristo assim receberia a sua cruz pelos grandes desejos que tinha de padecer e morrer por nosso amor. E com que gosto e alegria levas tu a tua cruz, cristão? Se estás enfermo, já não queres as dores com que Deus te purifica. Se te contradizem, se te repreendem, se te injuriam ou caluniam, já te inquietas. Não te humilhas, nem sofres com paciência por Deus; vais queixar-te e falar com contra essas pessoas. Se te causam algum dano ou prejuízo nos teus campos, ou nas tuas coisas, também

DA INSTABILIDADE DO CORAÇÃO E QUE A INTENÇÃO FINAL SE HÁ DE DIRIGIR A DEUS

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Jesus: Filho, não te fies nos teus afetos atuais, que depressa em outros se mudarão. Enquanto viveres, estarás sujeito ao variável, ainda que não queira; ora te acharás alegre, ora triste, ora sossegado, ora perturbado, umas vezes fervoroso, outras tíbio, já diligente, já preguiçoso, agora sério, logo leviano. O sábio porém, e instruído na vida espiritual, está acima desta inconstância, não cuidando dos seus sentimentos, nem de que parte sopra o vento da instabilidade, mas concentrando todo o esforço de sua alma no devido almejado fim. Porque assim poderá permanecer sempre o mesmo e inabalável, dirigindo a mim, sem cessar, a mira de sua intenção, entre todas as vicissitudes que lhe sobrevierem. IMITAÇÃO DE CRISTO - Capítulo 33

O chamado de Deus

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  O próprio Deus busca a si mesmo em nós, e a aridez e pesar de nosso coração é o pesar de Deus que não é conhecido por nós, que ainda não pode encontrar-se em nós porque não ousamos crer ou confiar na incrível verdade que Ele possa viver em nós, e viver em nós por escolha, por preferência [...]. É o amor de meu amante, meu filho ou meu irmão que me permite mostrar Deus nele ou nela. O amor é epifania de Deus em nossa pobreza.   BINGEMER, M. C.  Thomas Merton: a clausura no centro do mundo . Petrópolis, RJ: Vozes; Rio de Janeiro: Editora PUC, 2018, p. 59.

PRUDÊNCIA: MAIS INDECISÕES

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MAIS INDECISÕES A negligência              Santo Tomás, ao tratar sobre a prudência, na  Suma Teológica , dedica alguns capítulos (“artigos”) à negligência. «A negligência – diz – implica a falta da  solicitude  devida… Procede de um certo relaxamento da vontade, que faz com que não se estimule o raciocínio para que dele surja a determinação de fazer o que se deve e do modo devido» [1] . “Solicitude” significa zelo, empenho por atingir um objetivo. Para isso, é preciso que haja um querer, um ideal que aqueça a alma e a mantenha desperta.  O negligente não tem nada disso, nem metas de superação nem verdadeiros ideais. Só pensa com imediatismo, só fala em lugares comuns, só comenta festas, campeonatos, jogos, aventuras efêmeras, experiências etílicas e “viagens”. Em suma, a negligência identifica-se com a frivolidade, um dos grandes inimigos da prudência. É um defeito característico das pessoas vazias por dentro: caprichosas, inconstantes de pensamento e de caráter, pas