SALMOS: A ESTRADA QUE EU DEVO SEGUIR

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A ESTRADA QUE EU DEVO SEGUIR

─ Senhor, ouve a minha oração, sê atento à minha súplica… Indica-me a estrada que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma (Salmo 143,1.8). Todas as veredas do Senhor são amor e verdade (Salmo 25,10).
Na meditação anterior considerávamos a estrada régia do cristão, que todos somos chamados a percorrer.  Mantendo-nos na via clara dos mandamentos, devemos avançar no amor, seguindo as pegadas de Cristo. Progredi no amor – escrevia são Paulo –, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor  (Ef  5,2).
O caminho cristão é um só para todos. O próprio Cristo é o nosso caminho, com seu exemplo, com sua graça, com sua palavra: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6).
É um único caminho, mas não é um caminho uniforme: nele se manifesta a variedade das insondáveis riquezas de Cristo (Ef  3,8): A meta do Amor pode-se alcançar por diversas sendas (todas elas dentro do Caminho), conforme a vocação particular que Deus der a cada um.
  • Vocação para a santidade. Esta é a vocação primordial, básica, de todos os batizados. Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, dizia são Paulo aos primeiros cristãos (1 Ts 4,3).
Todo batizado é chamado por Deus à santidade. Eis uma verdade, por muitos esquecida, que o Concílio Vaticano II quis proclamar com vigor em 1964,
«A chamada universal à santidade»[1], e que o Papa Francisco voltou a recordar na sua Exortação apostólica Gaudete et exsultate de 19/03/2018.
Na época contemporânea, Deus serviu-se especialmente de são Josemaria Escrivá, desde 1928, para erguer como um estandarte esse apelo geral à santidade que Cristo dirigiu a todos: Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5,48).
Por ocasião da canonização de são Josemaria, em 6 de outubro de 2002,  são João Paulo II dizia: «São Josemaria foi escolhido pelo Senhor para anunciar a chamada universal à santidade e mostrar que as atividades correntes que compõem a vida e todos os dias são caminho de santificação… Estava convencido de que, para quem vive sob a ótica da fé, tudo é ocasião de um encontro com Deus, tudo se torna um estímulo para a oração. Vista desta forma,a vida diária revela uma grandeza insuspeitada. A santidade apresenta-se verdadeiramente ao alcance de todos»[2]
Cada caminhante siga seu caminho. Ao mostrar-nos o leque da santidade aberto para todos, Deus faz-nos compreender que o caminho da santificação não é apenas o das vocações para o sacerdócio, para a vida monástica, para o convento, para as missões, etc.; são igualmente os variadíssimos caminhos honestos dos homens e mulheres que vivem, lutam e trabalham no meio do mundo.
A esses dizia são Josemaria: «Devem compreender que Deus os chama a servi-lo em a partir das tarefas civis, materiais, seculares da vida humana. Deus nos espera cada dia: no laboratório, na sala de operações de um hospital, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no seio do lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Não esqueçamos nunca: há “algo” de santo, de divino, escondido nas situações mais comuns, algo que a cada um de nós compete descobrir». Esse “algo” é uma chamada de Deus que nos diz: “Dá-te mais, ama mais, faz melhor, reza mais, trabalha mais um pouco, ajuda mais…”.
E acrescentava: «Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar o Senhor na nossa vida de todos os dias, ou não o encontraremos nunca»[3].
Para buscar a santidade na vida cotidiana, não existe uma única trilha. Há muitos caminhos que a Igreja aprova e abençoa. Cada caminhante deve descobrir o seu, o que Deus quer, o que Deus preparou para ele, a missão que Deus lhe reservou desde toda a eternidade. O que não podemos fazer é ficar no acostamento, sem empreender nenhum caminho.
Não podemos diluir-nos numa multidão anônima. Você e eu temos nome único e missão pessoal aos olhos de Deus. Perguntemos-lhe: «Senhor, que queres que eu faça?».
Será uma boa oração para fazer todos os dias, assim que acordamos. Nosso Senhor ficará do nosso lado, nos mostrará em que ponto ele nos espera, e nos dirá: Segue-me, apontando para a “nossa” trilha particular naquele dia.

[1] Constituição dogmática Lumen gentium, capítulo V
[2] Discurso após a Missa de Ação de Graças pela Canonização de são Josemaria, 7/10/2002
[3] Homilia Amar o mundo apaixonadamente, Ed. Quadrante

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