As lágrimas de Cristo

Cristo não vem a nós feito filósofo, a proclamar que a vida é a doença e a morte é o remédio. Nunca prestigiou a morte e jamais desprestigiou a vida. Pelo contrário, entrou no mundo para ajudar a vida a derrotar a morte: a ressurreição de Lázaro é prova disso. E suas lágrimas querem ser protesto contra o poder abusivo da morte e hino de amor à preciosidade e beleza da vida.
Aquelas lágrimas derramadas pela morte de um amigo revelam-nos o lado humano de Cristo, sua qualidade humana, sua dimensão humana. E sua solidariedade com todo ser humano que chora a morte de seus antes queridos.
Elas revelam também a inconformidade de Cristo com os insultos que a morte continuamente desfere contra a vida, bem como a determinação dele em declarar guerra à morte e em pôr-se a serviço da vida.
Hoje as lágrimas de Cristo têm para nós sabor de provocação. Provocam-se a sair a descoberto contra a morte e em defesa da vida; a abandonar o caminho da violência que favorece a morte, a intentar caminhos de paz por onde a vida possa transitar sem sofrer atentados; a recusar o ódio e o egoísmo, aliados da morte, e a abraçar o amor, aliado da vida.
Se olharmos em redor com atenção, perceberemos que a morte tem seu trabalho muito mais facilitado do que a vida. Os salários insuficientes para comprar alimentos e remédios, a falta de moradias, de saúde e segurança, o tráfico criminoso de drogas e de humanos, a prática inconsciente de aborto são outros tantos faróis vermelhos a segurar a marcha da vida.
Enquanto isso, tantos Lázaros debaixo da pedra sepulcral, mas ainda com vida, ficam aguardando a hora da libertação.

Pe. Virgílio, ssp sobre o evangelho deste domingo 06-04/2014

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