“Que ames a Cristo”


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Ele nos amou primeiro

Há umas palavras de são Josemaria que eu desejaria manter sempre gravadas no meu coração, e gostaria que se gravassem na alma de muitos cristãos:
«Estar com Cristo é estar seguro.
»Poder-se olhar em Cristo é poder ser cada dia melhor.
»Tratar Cristo é necessariamente amar a Cristo.
»E amar a Cristo é garantir a felicidade» [1].
Nos textos anteriores refletimos sobre as frases «Que procures Cristo» e «Que encontres Cristo». Restam-nos umas últimas considerações a fazer sobre o terceiro item da trilogia que orienta estas reflexões: «Que ames a Cristo»[2].
Muito sobre o amor a Cristo já foi visto nas anteriores meditações. Mas há um ponto que é preciso colocar em destaque, e é este: O mais importante no amor de Cristo, não é o amor que nós lhe damos, mas o que Ele nos dá.
Nas palavras da despedida de Jesus, conversando com os Apóstolos na Última Ceia, há muitas frases impagáveis. Jesus despede-se deles e fala claramente de que será entregue, esquecido, abandonado, traído, torturado e morto. Mas, em vez de se queixar, desdobra-se em manifestações de afeto e de ânimo. Creio que lhe dou um conselho muito bom se lhe sugiro que leia e medite com frequência os capítulos 13 a 17 do Evangelho de são João.
Uma dessas frases impagáveis é a seguinte: Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor (Jo 15,9).
Você se dá conta do que Ele nos diz aqui? Antes de exigir-nos nada, pede-nos que permaneçamos na convicção, no calor, na gratidão, na certeza de seu amor por nós.
São João, que sabia disso, começa seu relato da Última Ceia com estas palavras: Sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo (Jo 13, 1).
Até que extremo? Jesus o explica: Ninguém  tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos (Jo 15,13).
Dá-nos a sua vida é a dá na Cruz! Dá por você e por mim, fracos como os apóstolos, cheios de covardias e traições como eles. Quando pensamos nisso, entendemos o que afirmava um pregador: «Nós, com Cristo, podemos fazer o que quisermos: esquecê-lo, ofendê-lo, renegá-lo, crucificá-lo de novo. Mas há uma única coisa que não podemos fazer: conseguir que Ele não nos ame».
Os primeiros cristãos tinham viva consciência disso. Veja, se não, as seguintes expressões com que o manifestam:
  • São Paulo: A minha vida presente na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gl 2, 20).
  • São João: Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos Ele amado primeiro, e enviado seu Filho para expiar nossos pecados (1 Jo 4, 8.10).
  • São Pedro, escrevendo aos fiéis perseguidos, depois de louvar a alegria que eles mantêm apesar das aflições, fala de Cristo. A esse Jesus ─ diz ─ vós o amais sem o terdes visto; credes nele sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa (1 Pd 1, 6-8).
Aí está o verdadeiro “motor” da vida cristã, das nossas lutas, das nossas boas ações, da nossa fortaleza, do nosso arrependimento, da nossa confiança. O único motor é o amor. São Paulo o resume assim: O amor de Cristo nos constrange, é ele que nos impele (2 Cor 5, 14).
Diante disso, que faremos nós para sermos menos indignos desse amor? Há duas respostas importantes, que Cristo nos dá na Última Ceia:  Ele espera de nós que sejamos seus amigos, e que façamos a vontade de Deus. Meditaremos sobre cada uma dessas respostas.

Do livro de F.Faus Procurar, encontrar e amar a Cristo, Cultor de Livros 2018
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[1] São Josemaria Escrivá, En diálogo con el Señor, Edição crítico-histórica. Ed. Rialp, Madrid 2017
[2] Cf. Caminho, n. 382

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