"TORRE DE DAVI, AUXÍLIO DOS CRISTÃOS"




Nos vos pedimos,

por intercessão de São Josemaria,

que nos alcanceis de Deus

o dom de Fortaleza,

que nos torna firmes e perseverantes

para praticar as virtudes difíceis,

até mesmo as heróicas,

e nos faz corajosos para enfrentar as dificuldades,

e rijos e pacientes

para abraçar os sacrifícios e padecimentos

que Deus nos pede para alcançarmos a santidade

e a glória do Céu.

Mãe, nós bem sabemos que somos fracos

e que, se nos faltassem a Graça

e os dons do Espírito Santo,

a toda hora deveríamos dizer,

com palavras do Apóstolo Paulo:

Não faço o bem que quero,

mas o mal que não quero.

Mas, infelizmente, Mãe,

mesmo sabendo disso, não jogamos limpo.

E – para nos justificarmos –

fazemos por esquecer

a promessa de Jesus:

Basta-te a minha graça.

Descuidamo-nos de procurar essa Graça,

com a oração, com os santos Sacramentos,

com a Confissão, sobretudo,

e a Santíssima Eucaristia;

com o dever santificado,

e com a luta ascética levada com amor.

E até parece que só sabemos alegar, depois,

como desculpa

– inconsistente e esfiapada –

que a carne é fraca.

(Mas evitamos cuidadosamente

declarar que "a Graça é forte"!)

A pura verdade, Mãe – bem o sabeis –,

é que, se fôssemos generosos,

e se, como Jesus dizia,

vigiássemos e orássemos,

em vez de aceitar as desculpas da tibieza,

exclamaríamos: Posso tudo nAquele que me dá forças!

E gritaríamos, cheios de confiança:

Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Mas será que Deus pode ser por nós

quando fugimos covardemente dEle

por medo de suas amáveis exigências?

Quando enchemos a consciência

de desculpas e mentiras, como bolhas de sabão,

vazias e irisadas de brilhos falsos

para não sermos tão generosos e firmes como Deus quer;

quando enchemos a consciência

de bolhas de teorias pseudo-intelectuais,

que abençoam a omissão e a mediania;

de bolhas de interpretações atenuadas da Palavra de Deus,

de bolhas de críticas despeitadas

aos que não acompanham a nossa fraca mediocridade;

e até, algumas vezes, de bolhas empeçonhadas

de revolta contra a "radicalidade evangélica"

de que falava com tanto amor João Paulo II,

pois achamos que é impossível

e seria cruel exigi-la aos cristãos.

E assim, Mãe, tolos de nós, hipócritas de nós,

comodistas de nós, vamos vivendo na moleza e na mentira

de uma santidade sempre proposta como meta

e nunca seriamente pedida a Deus

nem tentada com esforço,

de uma entrega apregoada como ideal

e nunca efetivada, de uma imitação de Cristo sempre desejada

e nunca empreendida.

Mãe, será que o Espírito Santo nos pode dar

o dom de fortaleza quando ocultamos em baixo do tapete

as grandes verdades que Jesus,

Caminho, Verdade e Vida, proclamou?

– Esforçai-vos por entrar pela porta estreita!

– Se alguém quiser vir após mim,

negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

– Quem quiser salvar a sua vida a perderá;

e quem perder a sua vida por causa de mim a encontrará.

– Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim,

não é digno de mim.

– Portanto, qualquer um de vós,

se não renunciar a tudo o que tem

não pode ser o meu discípulo.

– Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só;

mas, se morre, produz muito fruto.

Mãe de Jesus Cristo, Virgem fiel,

há uma coisa que o mundo não entende

e que as almas tíbias já deixaram de compreender

com uma miopia grave ou uma cegueira total:

Que é só pelo caminho íngreme

e pela porta estreita,

abraçando a Cruz com Jesus,

que as almas sobrem cantando

e atingem a felicidade do Céu.

Mas que, pela porta espaçosa

e o caminho fácil

do comodismo sem luta

e da medíocre autocompaixão,

as almas só conseguem desbarrancar chorando,

e perdem esta vida em enjoados vazios,

arriscando-se a perder a plenitude eterna.

Por isso, eu vos peço, Mãe,

que nos façais compreender as palavras

do vosso bom filho São Josemaría,

cheias da sabedoria de Deus

e da experiência dos santos:

– Onde não há mortificação, não há virtude.

– Se não te mortificas,

nunca serás alma de oração.

– Tanto terás de santidade

quanto tiveres de mortificação por Amor.

Mortificação voluntária, sim, Mãe.

Mortificação da preguiça,

que nos faz desperdiçar tanto tempo

e rodopiar no caos e na desordem.

Mortificação da gula,

dos excessos e caprichos no comer e no beber.

Autodomínio da língua,

da verborréia, da taciturnidade enfezada

e da maledicência.

Domínio da dispersão, da curiosidade,

dos olhos que chafurdam em todas as sujeiras,

e da imaginação volátil,

a "louca da casa"que anda à solta

e faz cair na tentação.

Mortificação, sobretudo,

para cumprir com amor

o pequeno dever de cada dia;

para nos sacrificarmos e servir os outros,

para ajudá-los com alegria,

para sorrir quando nos custa,

para escutar quando estamos cansados,

para compreender em vez de desprezar...

E paciência! Mãe! A paciência!

Às vezes, é a maior fortaleza.

Vós sabeis quanto nos custa!

Por isso, não nos deixeis esquecer

que, com a ajuda da graça

e os dons do Espírito Santo,

podemos conseguir

que a tribulação produza a paciência

– como escreve São Paulo – ,

a paciência produza a virtude a toda a prova.

e essa virtude provada acenda em nós a esperança.

A esperança que não desilude,

porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações

pelo Espírito Santo que nos foi dado.


Pe. FRANCISCO FAUS - As tibiezas e os dons do Espírito Santo

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